Fundamentos
técnicos do Vôleibol
Um time que
deseja competir em nível internacional precisa dominar um conjunto de seis
habilidades básicas, denominadas usualmente sob a rubrica
"fundamentos". Elas são: saque, passe, levantamento, ataque, bloqueio
e defesa. A cada um destes fundamentos compreende um certo número de
habilidades e técnicas que foram introduzidas ao longo da história do voleibol
e são hoje consideradas prática comum no esporte.
Saque ou
serviço
O saque
ou serviço marca o início de uma disputa de pontos no voleibol. Um
jogador posta-se atrás da linha de fundo de sua quadra, estende o braço e
acerta a bola, de forma a fazê-la atravessar o espaço aéreo acima da rede delimitado pelas antenas e aterrissar
na quadra adversária. Seu principal objetivo consiste em dificultar a recepção
de seu oponente controlando a aceleração e a trajetória da bola.
Existe a
denominada área de saque, que é constituída por duas pequenas linhas nas
laterais da quadra, o jogador não pode sacar de fora desse limite.
Um saque que a
bola aterrissa diretamente sobre a quadra do adversário sem ser tocada pelo
adversário - é denominado em voleibol "ace", assim como em outros
esportes tais como o tênis.
No voleibol
contemporâneo, foram desenvolvidos muitos tipos diferentes de saques:
- Saque por baixo ou por cima: indica a
forma como o saque é realizado, ou seja, se o jogador acerta a bola por
baixo, no nível da cintura, ou primeiro lança-a no ar para depois
acertá-la acima do nível do ombro. A recepção do saque por baixo é
usualmente considerada muito fácil, e por esta razão esta técnica não é
mais utilizada em competições de alto nível.
- Jornada nas estrelas: um tipo
específico de saque por baixo, em que a bola é acertada de forma a atingir
grandes alturas (em torno 25 metros). O aumento no raio da parábola descrito
pela trajetória faz com que a bola desça quase em linha reta, e em
velocidades da ordem de 70 km/h. Popularizado na década de 1980 pela
equipe brasileira, especialmente pelo ex-jogador Bernard Rajzman, ele hoje
é considerado ultrapassado, e já não é mais empregado em competições
internacionais.
- Saque com efeito:
denominado em inglês "spin serve", trata-se de um saque em que a
bola ganha velocidade ao longo da trajetória, ao invés de perdê-la, graças
a um efeito produzido dobrando-se o pulso no momento do contato.
- Saque flutuante ou saque
sem peso: saque em que a bola é tocada apenas de leve no momento de
contato, o que faz com que ela perca velocidade repentinamente e sua
trajetória se torne imprevisível.
- Viagem ao fundo do mar: saque em
que o jogador lança a bola, faz a aproximação em passadas como no momento
do ataque, e acerta-a com força em direção à quadra adversária. Supõe-se
que este saque já existisse desde a década de 1960, e tenha
chegado ao Brasil pelas mãos do jogador Feitosa. De todo modo, ele só
se tornou popular a partir da segunda metade dos anos 1980.
- Saque oriental: o
jogador posta-se na linha de fundo de perfil para a quadra, lança a bola
no ar e acerta-a com um movimento circular do braço oposto. O nome deste
saque provém do fato de que seu uso contemporâneo restringe-se a algumas
equipes de voleibol feminino da Ásia.
Passe
Passe realizado com manchete.
Também chamado recepção,
o passe é o primeiro contato com a bola por parte do time que não está sacando
e consiste, em última análise, em tentativa de evitar que a bola toque a sua
quadra, o que permitiria que o adversário marcasse um ponto. Além disso, o
principal objetivo deste fundamento é controlar a bola de forma a fazê-la
chegar rapidamente e em boas condições nas mãos do levantador, para que este
seja capaz de preparar uma jogada ofensiva.
O fundamento
passe envolve basicamente duas técnicas específicas: a "manchete", em
que o jogador empurra a bola com a parte interna dos braços esticados,
usualmente com as pernas flexionadas e abaixo da linha da cintura; e o
"toque", em que a bola é manipulada com as pontas dos dedos acima da
cabeça.
Quando, por uma
falha de passe, a bola não permanece na quadra do jogador que está na recepção,
mas atravessa por cima da rede em direção à quadra da equipe adversária, diz-se
que esta pessoa recebeu uma "bola de graça".
Manchete
É uma técnica
de recepção realizada com as mãos unidas e os braços um pouco separados e
estendidos, o movimento da manchete tem início nas pernas e é realizado de
baixo para cima numa posição mais ou menos cômoda, é importante que a perna
seja flexionada na hora do movimento, garantindo maior precisão e comodidade no
movimento. Ela é usada em bolas que vem em baixa altura, e que não tem chance
de ser devolvida com o toque.
É considerada
um dos fundamentos da defesa, sendo o tipo de defesa do saque e de cortadas
mais usado no jogo de voleibol. É uma das técnicas essenciais para o líbero mas
também é empregada por alguns levantadores para uma melhor colocação da bola
para o atacante.
Levantamento
O levantamento
é normalmente o segundo contato de um time com a bola. Seu principal objetivo
consiste em posicioná-la de forma a permitir uma ação ofensiva por parte da
equipe, ou seja, um ataque.
A exemplo do
passe, pode-se distinguir o levantamento pela forma como o jogador executa o
movimento, ou seja, como "levantamento de toque" e "levantamento
de manchete". Como o primeiro usualmente permite um controle maior, o
segundo só é utilizado quando o passe está tão baixo que não permite manipular
a bola com as pontas dos dedos, ou no voleibol de praia, em que as
regras são mais restritas no que diz respeito à infração de
"carregar".
Também
costuma-se utilizar o termo "levantamento de costas", em referência à
situação em que a bola é lançada na direção oposta àquela para a qual o levantador
está olhando.
Quando o
jogador não levanta a bola para ser atacada por um de seus companheiros de
equipe, mas decide lançá-la diretamente em direção à quadra adversária numa
tentativa de conquistar o ponto rapidamente, diz-se que esta é uma "bola
de segunda".
Ataque
O ataque é, em
geral, o terceiro contato de um time com a bola. O objetivo deste fundamento é
fazer a bola aterrissar na quadra adversária, conquistando deste modo o ponto
em disputa. Para realizar o ataque, o jogador dá uma série de passos contados
("passada"), salta e então projeta seu corpo para a frente,
transferindo deste modo seu peso para a bola no momento do contato.
O voleibol
contemporâneo envolve diversas técnicas individuais de ataque:
- Ataque do fundo: ataque
realizado por um jogador que não se encontra na rede, ou seja, por um
jogador que não ocupa as posições 2-4. O atacante não pode pisar na linha
de três metros ou na parte frontal da quadra antes de tocar a bola, embora
seja permitido que ele aterrisse nesta área após o ataque.
- Diagonal ou Paralela: indica a
direção da trajetória da bola no ataque, em relação às linhas laterais da
quadra. Uma diagonal de ângulo bastante pronunciado, com a bola
aterrissando na zona frontal da quadra adversária, é denominada
"diagonal curta".
- Cortada ou Remate: refere-se a um
ataque em que a bola é acertada com força, com o objetivo de fazê-la
aterrissar o mais rápido possível na quadra adversária. Uma cortada pode
atingir velocidades de aproximadamente 200 km/h.
- Largada: refere-se a um ataque em que
jogador não acerta a bola com força, mas antes toca-a levemente,
procurando direcioná-la para uma região da quadra adversária que não
esteja bem coberta pela defesa.
- Explorar o bloqueio:
refere-se a um ataque em que o jogador não pretende fazer a bola tocar a
quadra adversária, mas antes atingir com ela o bloqueio oponente de modo a
que ela, posteriormente, aterisse em uma área fora de jogo.
- Ataque sem força: o
jogador acerta a bola mas reduz a força e conseqüentemente sua aceleração,
numa tentativa de confundir a defesa adversária.
- Bola de xeque:
refere-se à cortada realizada por um dos jogadores que está na rede quando
a equipe recebe uma "bola de graça" (ver passe, acima).
Bloqueio
O bloqueio
refere-se às ações executadas pelos jogadores que ocupam a parte frontal da
quadra (posições 2-3-4) e que têm por objetivo impedir ou dificultar o ataque
da equipe adversária. Elas consistem, em geral, em estender os braços acima do
nível da rede com o propósito de interceptar a trajetória ou diminuir a
velocidade de uma bola que foi cortada pelo oponente.
Denomina-se
"bloqueio ofensivo" à situação em que os jogadores têm por objetivo
interceptar completamente o ataque, fazendo a bola permanecer na quadra
adversária. Para isto, é necessário saltar, estender os braços para dentro do
espaço aéreo acima da quadra adversária e manter as mãos viradas em torno de
45-60° em direção ao punho. Um bloqueio ofensivo especialmente bem executado,
em que bola é direcionada diretamente para baixo em uma trajetória praticamente
ortogonal em relação ao solo, é denominado "toco".
Um bloqueio é
chamado, entretanto, "defensivo" se tem por objetivo apenas tocar a
bola e deste modo diminuir a sua velocidade, de modo a que ela possa ser melhor
defendida pelos jogadores que se situam no fundo da quadra. Para a execução do
bloqueio defensivo, o jogador reduz o ângulo de penetração dos braços na quadra
adversária, e procura manter as palmas das mãos voltadas em direção à sua
própria quadra.
O bloqueio
também é classificado, de acordo com o número de jogadores envolvidos, em
"simples", "duplo" e "triplo".
Defesa
A defesa
consiste em um conjunto de técnicas que têm por objetivo evitar que a bola
toque a quadra após o ataque adversário. Além da manchete e do toque, já
discutidos nas seções relacionadas ao passe e ao levantamento, algumas das
ações específicas que se aplicam a este fundamento são:
- Peixinho: o jogador atira-se no ar, como
se estivesse mergulhando, para interceptar uma bola, e termina o movimento
sob o próprio abdômen.
- Rolamento: o jogador rola lateralmente
sobre o próprio corpo após ter feito contato com a bola. Esta técnica é
utilizada, especialmente, para minimizar a possibilidade de contusões após
a queda que é resultado da força com que uma bola fora cortada pelo
adversário.
- Martelo: o jogador acerta a bola com as
duas mãos fechadas sobre si mesmas, como numa oração. Esta técnica é
empregada, especialmente, para interceptar a trajetória de bolas que se
encontram a uma altura que não permite o emprego da manchete, mas para as
quais o uso do toque não é adequado, pois a velocidade é grande demais
para a correta manipulação com as pontas dos dedos.
FONTE: WIKIPEDIA.com 25 de abril de 2011.
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